A reprodução sexuada é o processo de reprodução mais frequente nos seres vivos: é quase exclusivo nos animais superiores e também o mais usual nas plantas superiores. Na reprodução sexuada, os novos indivíduos são originados a partir de um ovo, célula que resultada da fusão do gâmeta masculino com gâmeta feminino.
A reprodução sexuada está dependente da fecundação, isto é, da união dos gâmetas.
A reprodução sexuada é caracterizada pela intervenção de células reprodutoras sexuadas gâmetas - que por fecundação dão origem a um ovo, primeira célula do futuro ser vivo. A principal característica da reprodução sexuada é o processo de fecundação, no qual dois gâmetas haplóides se unem, originando uma entidade que, desenvolvendo-se, origina um novo indivíduo diplóide. Outra característica importante do processo sexuado é a meiose, que origina os gâmetas. A meiose é necessária para a produção de gâmetas haplóides, os quais, contribuem com os seus cromossomas para os descendentes sem aumentar o número de cromossomas característicos da espécie. As células diplóides contêm os dois cromossomas de cada par.
A diferença entre gâmetas e células somáticas reside no número de cromossomas. Os gâmetas são haplóides e as células somáticas são diplóides.
Figura 1 - Fecundação
in: http://www.cartoonstock.com/directory/s/sexual_reproduction.asp
Objectivos:
- Dar a conhecer o conceito de reprodução sexuada.
- Contextualizar os termos Meiose e Fecundação
- Conhecer as diferentes fases da Meiose.
- Distinguir as várias fases da Meiose
- Reconhecer semelhanças e diferenças entre a Meiose e a Mitose.
- Conhecer a regulação da Meiose.
Desenvolvimento:
A meiose é o processo de divisão nuclear através do qual uma célula diplóide origina quatro células haplóides, isto é, que têm metade do número de cromossomas do núcleo inicial. Na fecundação ocorre a união aleatória de uma grande variedade de gâmetas, geneticamente diferentes. A variabilidade genética é consequência de fenómenos que ocorrem na fecundação e na meiose.
A reprodução sexuada consiste na união dos gâmetas, formando-se uma única célula, o ovo ou zigoto. Este fenómeno, desiginado por fecundação, é um dos acontecimentos fulcrais da reprodução sexuada. A fusão dos núcleos dos dois gâmetas na fecundação (cariogamia) implica a associação dos cromossomas que provêm de cada um dos progenitores. O núcleo do ovo apresenta, portanto, um número de cromossomas igual à soma do número de cromossomas de cada gâmeta.
A fecundação contribui significativamente para a grande variabilidade genética dos indivíduos de cada espécie.
Como é possível que, apesar da duplicação cromossómica, o número de cromossomas de cada espécie permaneça constante ao longo das sucessivas gerações?
A constância do número de cromossomas numa dada espécie implica que, em certo momento, haja redução no número de cromossomas que permite compensar a duplicação ocorrida na fecundação. Sendo assim, no ciclo de vida dos organismos que se reproduzem sexuadamente terá de ocorrer um fenómeno especial da divisão nuclear - a meiose - mediante o qual se reduzirá a metade o número específico de cromossomas que caracteriza a espécie.
A meiose é um processo de divisão celular que está associado à reprodução sexuada.
É um processo que permite a formação de células haplóides a partir de células dipolóides.
A meiose é um processo nuclear que envolve duas divisões sucessivas - divisão I e divisão II -, durante as quais, a partir de um núcleo diplóide, se obtêm 4 núcleos haplóides. A anteceder a meiose, na interfase, ocorre, tal como antes da mitose, a replicação do DNA, pelo que no início da meiose existem 2n cromossomas, cada um dos quais é já formado por dois cromatídeos ligados pelo centrómero.
Na divisão I, que é precedida pela interfase, um núcleo diplóide origina dois núcleos haplóides, cujos cromossomas são formados por dois cromatídeos - divisão reducional. Na divisão II, ocorre a separação dos cromatídeos, obtendo-se, assim, quatro núcleos haplóides cujos cromossomas são constituídos por um cromatídeo - divisão equacional.
Na meiose, a informação genética das células-filhas é diferente entre si e da célula-mãe, devido à ocorrência de crossing-over (que ocorre na profase I) e à separação aleatória dos homólogos.
Durante a meiose podem ocorrer mutações cromossómicas (anomalias que afectam o número ou a estrutura dos cromossomas).
Figura 2 - crossing-over
in: http://commons.wikimedia.org/wiki/Image:Cross-over.jpg
Video 1 - Crossing-over
in: www.youtube.com
Estas mutações podem ocorrer em diferentes etapas da meiose:
- se não houver separação dos homólogos durante a divisão I;
- se não ocorrer a separação dos dois cromatídeos de cada cromossoma durante a divisão II;
- durante o crossing-over.
A meiose é, em linhas gerais, o conjunto de duas divisões nucleares:
- divisão I (reducional);
- divisão II (divisão equacional)
Cada uma das divisões consta de quatro etapas: profase, metafase, anafase e telofase. As etapas da meiose são semelhantes às etapas da mitose, pelo que têm a mesma designação. A figura seguinte representa os vários estádios da meiose, cujos principais acontecimentos se descrevem a seguir.
A interfase é a fase que precede a meiose e que se caracteriza pela replicação do DNA. No final desta fase, cada cromossoma é constituido por dois cromatídeos, ligados pelo centrómero. O centrossoma também duplica.
A divisão reducional ou meiose I, reduz para metade o número de cromossomas em cada célula. Nesta fase, separam-se os cromossomas homólogos, que ficam repartidos pelas duas células filhas. Os cromossomas homólogos são herdados de cada um dos progenitores; possuem um tamanho e uma morfologia semelhantes e têm genes que codificam o mesmo tipo de características.
A meiose I inclui as seguintes etapas:
Profase I - É a etapa mais longa e complexa. Os cromossomas condensam e os cromossomas homólogos emparelham, num processo que se designa sinapse. Durante a sinapse, os cromossomas homólogos ficam unidos ao longo de todo o seu comprimento e alinham, precisamente, gene por gene, formando um conjunto constituído por quatro cromatídeos, ao qual se chama tétrada cromatídica ou bivalente cromossómico. Cromatídeos pertencentes a cromossomas homólogos cruzam-se e trocam segmentos equivalentes, num processo desginado crossing-over. Os locais onde ocorreram as trocas ficam visíveis ao microscópio como zonas em forma de X; chamamos a estes locais quiasmas. Nas células animais, os centrossomas deslocam-se para pólos opostos da célula, formando-se o fuso acromático entre eles. O nucléolo e o invólucro nuclear desorganizam-se.
Metafase I - Os bivalentes dispõem-se na placa equatorial. A orientação dos cromossomas de cada bivalente é aleatória. São os pontos de quiasma que se localizam no plano equatorial.
Anafase I - Ocorre a segregação independente dos cromossomas homólogos. Os dois cromossomas homólogos de cada bivalente separam-se e migram aleatoriamente para pólos opostos da célula.
Telofase I - Em cada pólo da célula, constitui-se um conjunto haplóide de cromossomas, com dois cromatídeos cada um. Os cromossomas descondensam; o invólucro nuclear e os nucléolos reorganizam-se. Em alguns casos, segue-se a citocinese e formam-se duas células haplóides.
Pode existir ou não uma interfase entre a divisão reducional e a divisão equacional; em qualquer dos casos, não se verifica a replicação do material genético.
Na divisão equacional ou meiose II, separam-se os dois cromatídeos de cada cromossoma.
A meiose II inclui as seguintes etapas:
Profase II - Os cromossomas, constituídos por dois cromatídeos, condensam. Forma-se o fuso acromático; o invólucro nuclear e os nucléolos desorganizam-se.
Metafase II - Os cromossomas dispõem-se na placa equatorial. São os centrómeros que se localizam no plano equatorial.
Anafase II - Os dois cromatídeos de cada cromossoma separam-se pelo centrómero e migram para pólos opostos da célula.
Telofase II - Os cromossomas, agora formados por um único cromatídeo, descondensam. O invólucro nuclear reorganiza-se e formam-se dois núcleos, cada um com um conjunto haplóide de cromossomas.
Pelo processo meiótico, uma célula diplóide dá origem a quatro células haplóides.
in: www.youtube.com
Figura 3 - As várias etapas da meiose
in: http://formacao.es-loule.edu.pt/biogeo/biogeo11/bio/unid06/biogeo11_bio_unid06.htm
O quadro e a imagem seguinte resumem as principais semelhanças e diferenças entre a mitose e a meiose.
Quadro 1 - Diferenças entre meiose e mitose
in: http://formacao.es-loule.edu.pt/biogeo/biogeo11/bio/unid06/biogeo11_bio_unid06.htm
Figura 4 - Mitose vs Meiose
in: http://formacao.es-loule.edu.pt/biogeo/biogeo11/bio/unid06/biogeo11_bio_unid06.htm
Video 3 - Meiose vs Mitose
in: www.youtube.com
Conclusão:
A reprodução sexuada mistura parte dos genomas de dois indivíduos e produz uma descendência que, geralmente, difere geneticamente entre si e difere de ambos os progenitores. A mistura de genomas é conseguida pela fusão de duas células, os gâmetas. A fusão dos gâmetas designa-se fecundação. Da fecundação resulta o ovo ou zigoto.
Os gâmetas são células haplóides, isto é, possuem metade do número de cromossomas característico da espécie. O número haplóide de cromossomas de um organismo ou de uma espécie refere-se, abreviadamente, como n.
A fecundação restabelece o número de cromossomas da espécie e, ao misturar os cromossomas dos dois gâmetas, mistura a informação genética dos dois progenitores. O zigoto é uma célula diplóide, 2n, assim como todas as células que dele resultem por mitose.
A meiose é um tipo especial de divisão celular que reduz para metade o número de cromossomas das células. É através da meiose que uma célula diplóide origina células haplóides. Os gâmetas, na espécie humana e em muitas outras espécies, formam-se através deste processo. A meiose é assegurada por inúmeras proteínas que interagem para garantir que a progressão do fenómeno ocorra dentro da normalidade.
Os organismos que se reproduzem sexuadamente possuem ciclos de vida, em que alternam os processos de fecundação e de meiose e, consequentemente, verifica-se uma alternância de gerações de células diplóides e haplóides.
Bibliografia:
- Livros:
- CARRAJOLA, C.; CASTRO, M.J.; HILÁRIO, T. - Planeta com Vida 11º ano, Biologia (volume 1). 1ª Edição, Edições Santillana Constância, Carnaxide, 2007.
- RIBEIRO, E.; SILVA, J.C.; OLIVEIRA, O. - Desafios 11ºano, Biologia (volume 1). 1ª Edição, Edições ASA, Porto, 2007.
- Internet:
- http://formacao.es-loule.edu.pt/biogeo/biogeo11/bio/unid06/biogeo11_bio_unid06.htm
- www.youtube.com
1 comentário:
Redução cromática?
Até amanhã
G.
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