Introdução
O vulcanismo é uma manifestação do geotermismo da Terra, onde se assiste a um conflito entre os quatro elementos que a constituem: fogo, ar, água e terra.
As suas diferenças a nível de temperatura e pressão facultam a ocorrência de reacções tanto no interior da Terra como à superfície.
Grande parte do vulcanismo está relacionado com a tectónica de placas, dado que, é nas zonas de fronteira entre placas que a instabilidade geológica é maior.
Objectivos
-Relacionar a natureza das lavas com o tipo de actividade vulcânica e formas vulcânicas
-Relacionar as manifestações vulcânicas do tipo explosivo com zonas de convergência de placas
-Relacionar as manifestações vulcânicas do tipo explosivo com zonas de rifte e zonas oceânicas intra-placa
- Relacionar a tectónica de placas com o vulcanismo destacando o caso dos Açores
- Reconhecer a ocorrência de grandes derrames lávicos ao longo dos tempos geológicos
- Reconhecer que a hipótese de alterações climáticas provocadas por erupções vulcânicas terão sido causa de extinções de espécies
Desenvolvimento
O vulcão
O vulcão é um aparelho natural que é composto por:
- câmara magmática (situa-se na base do cone vulcânico e é o reservatório do magma antes de ser expelido para o exterior)
- chaminé (canal por onde ascende o magma)
- cratera( situa-se na parte exterior da chaminé, é a abertura por onde são expulsos os produtos vulcânicos)
- cone vulcânico ( forma de relevo quase sempre cónica que resulta da acumulação de magmas)
- cone vulcânico adventício ( forma-se a partir de uma ramificação da chaminé e cresce nos flancos do cone princípal)
Durante uma erupção vulcânica a ascensão do magma dá-se a partir da câmara magmática ou da bolsada magmática (quando a dimensão é menor) ao longo da chaminé vulcânica. A saída do
magma é feita através da cratera, a qual varia de forma, consoante o tipo de erupção, originando vulcões do tipo fissural e vulcões do tipo central, por onde são expelidos diversos tipos de materiais: lavas, produtos gasosos e piroclastos. A lava do vulcão, ao arrefecer, vai solidificar, formando colinas mais ou menos elevadas: cones vulcânicos.
Vulcanismo fissural:
- as erupções ocorrem ao longo de fracturas/fendas na superfície terrestre podendo atingir vários kms de comprimento
- não possui chaminé cilíndrica
- não possui cratera circular
- lavas básicas
- erupção continental origina extensos planaltos de lava basáltica
- erupção subaquática origina novos fundos oceânicos
Vulcanismo central:
- associado a vulcões do tipo cónico
- possui chaminé cilíndrica
- possui cratera circular central num cone mais
ou menos elevado
- a libertação de materiais ocorre numa zona restrita
- erupção origina cones vulcânicos
- característico das zonas continentais
Tipos de actividade vulcânica:
efusiva
- magma básico e fluido
- emissões de lava lentas e tranquilas (escoadas)
- Fácil libertação de gases
- cone vulcânico largo, de baixa altitude e constituido exclusivamente por lavas
explosiva
- magma muito àcido e viscoso, que solidifica no interior da chaminé
- reduzida emissão de lava
- forma frequentemente agulhas e cúpulas
- explosões muioto violetas devido à elevada pressão de gases no interior da chaminé
- libertação e projecção de consideráveis massas de materiais
- piroclastos podem formar-se a partir do desmoronamento do cone ou na solidificação da lava emitida
- formação de nuvem ardente constituida por finos materiais incandescentes e gases
mista
- alternância entre fases explosivas com fases efusivas
- fases explosivas pouco violentas com emissão de piroclastos
- fases efusivas emitem lavas fluidas
Vulcões e tectónica de placas
A distribuição do vulcanismo mundial não é homogénea, permitindo identificar alguns alinhamentos principais:o anel de fogo do Pacífico, a dorsal médio-atlântica e o alinhamento do mar Mediterrâneo.
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As manifestações vulcânicas do círculo de fogo do Pacífico e as da zona mediterrânea estão relacionadas com zonas de subdução (limites convergentes das placas tectónicas) estando associado ao vulcanismo existente nas fossas oceânicas - vulcanismo de subducção. Nestas zonas, os vulcões apresentam um carácter mais ou menos explosivo. As zonas de subdução resultam do choque entre uma placa oceânica e uma placa continental.
Do choque entre duas placas oceânicas resulta a formação de ilhas vulcânicas.
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As manifestações vulcânicas do Oceano Atlântico e das dorsais do Oceano Índico e Pacífico estão relacionadas com as zonas de expansão da crosta terrestre (limites divergentes das placas tectónicas), locais de vulcanismo do tipo fissural, onde se dá a expansão dos fundos oceânicos e formação de algumas ilhas (Açores e Islândia).
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Os fenómenos vulcânicos também podem ocorrer no interior das placas tectónicas originando vulcões intraplacas. A origem destes vulcões está associada aos pontos quentes. À medida que a placa litosférica se movimenta devido à expansão provocada junto das fronteiras divergentes, os pontos quentes, que mantém uma posição fixa no manto, originam à superfície, vulcões efusivos, de lava basáltica, que, com o passar do tempo, vão formando um alinhamento de vulcões.
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Actualmente, em Portugal, a zona de maior actividade vulcânica é o arquipélago dos Açores, que se localiza numa zona crucial, uma vez que aí convergem três placas (americana, africana e euroasiática) - ponto triplo dos Açores. Estas ilhas fazem parte da dorsal médio-atlântica, passando o rifte entre elas pelo que se pode dizer que estão a afastar-se.
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O perigo vulcânico
Existem cerca de 500 vulcões activos acima do mar. Morrem, em média, 500 pessoas por ano devido aos diversos perigos associados à actividade dos vulcões.
As nuvens ardentes, características das erupções explosivas constituem o aspecto mais destruidor da actividade vulcânica porque transportam uma mistura de gases e cinzas a temperaturas superiores a 300ºC, que se deslocam a velocidades de 500 km/h, aproximadamente, destruindo o que quer que seja à sua passagem.
Os riscos de vida ligados à actividade efusiva são menores, porque a velocidade a que as frentes das escoadas se deslocam permite, quase sempre a fuga das pessoas.
Os gases que acompanham as erupções vulcânicas podem tornar-se bastante perigosos, nomeadamente o dióxido de carbono, o dióxido de enxofre e os compostos de flúor. O primeiro, como é mais denso que o ar, pode fluir para zonas baixas e aí se concentrar tornando-se letal para os seres vivos. O segundo, pode desencadear poluição atmosférica e chuvas àcidas. Os compostos de flúor existentes nas cinzas vulcânicas, podem ser ingeridos pelos herbívoros, os quais se alimentam de plantas cobertas por essas particulas fatais.
As torrentes de lama vulcânica resultam da mistura de grandes quantidades de água em movimento com cinzas, originando um produto muito denso e causador de grande destruição.
O impacto ambiental do vulcanismo também influência o clima. Quando são lançadas para a atmosfera grandes quantidades de cinzas, a radiação solar é reduzida, baixando a temperatura. As colheitas são fortemente afectadas o que origina uma grande escassez de alimentos levando à extinção de espécies. Por esta razão, é que se admite que periodos da Terra em que se verificou uma intensa actividade vulcânica possam ter levado a arrefecimentos globais com fortes implicações biológicas, o que se traduziu na extinção de várias espécies.
Conclusões
O vulcanismo pode assumir aspectos de grande actividade caracterizando-se por erupções com emissão de gases, lava e piroclastos, ou então, apresentar manifestações atenuadas e discretas, como são exemplo as fumarolas ou as nascentes termais.
As erupções vulcânicas podem ser predominantemente efusivas ou assumir aspectos explosivos, podendo alguns vulcões manifestar os dois tipos de actividade durante a mesma erupção.
O tipo de erupção depende de vários factores, nomeadamente, da composição química do magma e da temperatura, condicionando a sua viscosidade.
Grande parte do vulcanismo está relacionado com a tectónica de placas, dado que é nas zonas de fronteira entre placas que a instabilidade geológica é maior. Mas, os fenómenos de vulcanismo também podem ocorrer no interior das placas - zonas tectónicamente estáveis. O tipo de erupção depende do tipo de limite de placas tectónicas definindo-se três tipos de vulcanismo princípal: de subdução, de vale de rifte e intraplaca.
Embora os vulcões representam uma ameaça para toda e qualquer espécie de ser vivo existente à face da Terra o Homem tem tentado lidar com o perigo que eles representam, aperfeiçoando as técnicas de previsão e prevenção das suas manifestações. Para além disso, também descobriu algumas razões para os considerar úteis, tais como: a génese de jazigos minerais, o enriquecimento dos solos para a agricultura ou o desenvolvimento do turismo.
Bibliografia
FERREIRA J. , FERREIRA M. (2007) - Planeta com Vida Geologia (Volume 1)
Carnaxide: Santillana Constância
SANTOS A., SANTOS M., SANTOS M. (2006) - Biologia e Geologia
Porto: Asa Editores, S.A.
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