sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Terra, um planeta cheio de vida

Introdução



Biosfera

A Terra é o único planeta, no nosso sistema solar, onde existe vida. Os factores que permitiram que surgisse vida no nosso planeta foram a temperatura amena, a presença de água no estado líquido, e a presença de atmosfera, vida essa que se fixou e espalhou por toda a superfície do planeta. Podemos encontrar seres vivos na zona superficial da Terra, como também nas zonas mais profundas dos oceanos, a cerca de 11 km de profundidade, assim como na atmosfera, até aproximadamente 10 km de altitude. A todos esses locais onde é possível encontrar vida, aos organismos que aí habitam e às inter-relações que se estabelecem entre os seres vivos e entre os seres vivos e o meio dá-se o nome de biosfera.

Objectivos:

-Definir a biosfera.
-Identificar a biodiversidade existente na Terra.
-Compreender a organização do mundo vivo.
-Conhecer a história da vida na Terra.
-Conhecer a importância da conservação e riscos da extinção das espécies.

Desenvolvimento

Diversidade


A vida na terra terá surgido há cerca de 3500 milhões de anos, inicialmente de forma muito simples e pouco diversificada, mas cedo foi adquirindo um maior grau de complexidade e de variabilidade. A unidade fundamental da vida é a célula (fig. 1). Os primeiros seres existentes na terra eram exclusivamente unicelulares, constituídos apenas por uma célula, hoje coabitam com estes seres multicelulares, constituídos por várias células que podem estar organizadas em tecidos diferenciados.








Figura 1- célula
in: CARRAJOLA, C. et al (2007 b)

Organização biológica


Os sistemas biológicos estão organizados de forma hierárquica. As células idênticas e com funções semelhantes formam tecidos, e diferentes grupos de tecidos associam-se para formar estruturas designadas por órgãos, como por exemplo o coração ou o fígado. Estes órgãos podem formar um sistema de órgãos, como o sistema digestivo ou o sistema circulatório. Diferentes sistemas de órgãos cooperam entre si, formando um organismo (fig. 2).
Os organismos idênticos capazes de se reproduzirem entre si, originando descendentes férteis, pertencem à mesma espécie.
A organização hierárquica do mundo animal estende-se para além do organismo, onde os seres vivos pertencentes á mesma espécie e que habitam uma determinada área, num certo momento, constituem uma população.
Os indivíduos de espécies diferentes, mas que habitam uma mesma área e estabelecem relações entre si formam uma comunidade biótica ou biocenose.
O conjunto da comunidade biótica, do ambiente físico e químico e as relações que se estabelecem entre si formam um sistema ecológico ou ecossistema.






Figura 2- Organismo
in: CARRAJOLA, C. et al (2007 b)



Ecossistemas


Os seres vivos de um ecossistema (fig. 3) estabelecem relações tróficas, relações alimentares, que envolvem transferências de matéria e energia. Estas relações constituem as cadeias alimentares, que são uma sequência das relações entre os seres vivos a nível alimentar. As cadeias alimentares inter-relacionam-se, formando as teias alimentares ou redes tróficas.
Nas redes tróficas existem três categorias de seres vivos de acordo com as estratégias na obtenção dos alimentos, que são os produtores, os consumidores e os decompositores.


Figura 3 - Ecossistema
in: CARRAJOLA, C. et al (2007 b)


Diversidade biológica



Actualmente estima-se que existam na Terra cerca de 30 milhões de espécies diferentes. Alguns são formados apenas por uma única célula, sem núcleo organizado (Seres procariontes), enquanto outros apresentam células mais complexas, com núcleo organizado e delimitado por um invólucro (Seres eucariontes), seres estes que podem ser unicelulares ou pluricelulares.
Desde sempre o Homem optou por dividir os seres vivos em grupos, para facilitar a evolução da vida na Terra e para compreender a actual diversidade de seres vivos. Os biólogos utilizam sistemas de classificação, onde agrupam os organismos de acordo com as suas relações filogenéticas. Um dos sistemas mais utilizado foi proposto por whittaker (fig. 4) em 1979. Este sistema divide os seres vivos em três domínios: Bactéria, Archaea e Eukarya, e subdivididos em seis reinos (fig 5).



Figura 4 - Classificação de Wittaker


in: MATIAS, O. et al (2007 )


Reinos

Os organismos pertencentes ao Reino de Morena são unicelulares e procariontes.
O Reino Protista é formado por organismos eucariontes. A maioria é unicelular, existindo apenas alguns seres deste reino que são pluricelulares.
O Reino Fungi é formado por seres unicelulares e seres pluricelulares, sendo todos eucariontes. Os seres deste reino absorvem as substâncias alimentares do meio depois de as digerir no exterior das suas células. Grande parte são decompositores, sendo outros parasitas. Um pequeno numero vive em simbiose com outros seres, como os líquenes, que são associações entre algas e fungos.
O Reino Plantae é formado por seres pluricelulares eucariontes, capazes de produzir compostos orgânicos, a partir de compostos inorgânicos, através da fotossíntese.
O Reino Animalia inclui seres pluricelulares, eucariontes, incapazes de produzir compostos orgânicos, a partir de compostos inorgânicos. Estes seres ingerem os alimentos e procedem à sua digestão fora das células, absorvendo em seguida, os produtos resultantes.



Figura 5 - Reinos e domínios
in: CARRAJOLA, C. et al (2007 b)



Extinção das espécies.

Desde que a vida surgiu na Terra, até à actualidade, ocorreram espantosos fenómenos de evolução, que permitiram que a partir desses seres unicelulares fosse criada uma enorme variedade de organismos com diferentes graus de complexidade. Desde o surgimento das primeiras formas de vida até aos nossos dias, um numero indistinto de espécies terá surgido e quase outro tanto terá sido extinto. Estima-se que mais de 99% das espécies que alguma vez existiram estão actualmente extintas. A extinção das espécies (Fig 6) têm ocorrido de forma natural até aqui, mas presentemente esse fenómeno está ligado directa ou indirectamente com o Homem. A acção do Homem tem contribuído bastante para a diminuição do número de representantes de algumas espécies, tendo colocado algumas em risco de se extinguirem e levado mesmo outras à extinção. As espécies podem ser ameaçadas ou mesmo extintas devido a diversas causas, de entre as quais se destacam a sobreexploração, a introdução de predadores ou de doenças, a interrupção de relações de simbiose, as alterações climáticas e a destruição e poluição de habitats. Ao ritmo a que o planeta está a ser explorado, coloca muitas espécies em risco. As estimativas prevêem que pelo menos 10% das espécies actualmente existentes sejam extintas nas próximas duas décadas, mas se o crescimento da população continuar a aumentar ao ritmo actual, prevê-se que ainda durante este século 25% de todas as espécies existentes se venham a extinguir. Se este cenário vier a verificar poderemos estar diante de uma nova extinção em massa.




Figura 6 - História da vida na Terra, extinções em massa.
in: CARRAJOLA, C. et al (2007 b)


Conclusão

Conservação das espécies

A extinção das espécies tem consequências graves, não só para o Homem, mas principalmente para o Planeta. A perda de biodiversidade conduz a uma menor capacidade de resposta face às alterações do meio. O Homem com as suas actividades, tanto económicas como de lazer, que vão desde as alterações climáticas, às mudanças nos equilíbrios dos ecossistemas, alterações na qualidade dos solos, até à sobreexploração de alimentos e matéria prima, têm colocado muitas espécies em vias de extinção. O Homem está consciente das graves consequências que resultam da extinção das espécies, e deverá actuar no sentido da conservação da biodiversidade. Muitos países já começaram a tomar medidas nesse sentido, criando zonas de protecção especial ou áreas protegidas. Esses locais pretendem manter as espécies e os ecossistemas relativamente livres da acção do Homem, permitindo conservar um património natural, tanto para as gerações actuais como para as gerações futuras. A acção passa também por anular ou controlar as causas que provocam a extinção das espécies.



Bibliografia:


MATIAS, O.; MARTINS, P.- Biologia 10/11, Livro do professor. Areal editores, 2007.

CARRAJOLA, C; CASTRO, M, J; HILÁRIO, T.- Planeta com vida, Biologia (Vol. 2). Santilhana Constância, 2007.



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